A presença de Lula em Salvador nesta quarta-feira (25) provocou o maior “vuco-vuco” nos bastidores da política baiana. Além da inquestionável liderança e força do ex-presidente aqui no estado, algumas leituras de cenário podem ser feitas. A mais clara de todas é a constatação de que as decisões e intenções políticas de Lula na Bahia passam pelo senador Jaques Wagner, que mostrou força e será o candidato ao governo do estado em 2022 com o apoio incondicional de Rui Costa, que ensaiava disputar alguma coisa, mas terá que ficar esperando ao menos mais dois anos para disputar um cargo eletivo.
Outra constatação é sobre a afinidade política de Wagner com o também senador Otto Alencar, que consolidou de uma vez por todas hoje a sua presença na chapa disputando a reeleição ao Senado da República. Essa consolidação mostra que o vice-governador João Leão está em segundo plano e restará a ele indicar o nome do seu partido para a vice de Wagner, caso queira continuar tendo o terceiro melhor pedaço da fatia na máquina comandada pelo tripé partidário PT-PSD-PP.
É fato que Rui Costa não gostaria de ficar sem mandato a partir do próximo ano, mas também é fato que o governador teria que pagar um preço altíssimo se bagunçasse toda arrumação por conta de seu desejo individual. Rui sabe que quem manda no PT da Bahia é Wagner e uma quebra dessa aliança agora lhe custaria muito.
Lula até fez um gesto a Rui hoje dizendo que um grande desafio lhe esperava no futuro, dando a entender que uma vaga de ministro está garantida ao baiano como consolação para ficar sem mandato a partir de 2023.