Por Isabela Sousa

Tem sido cada vez mais comum nos depararmos com notícias diárias que trazem relatos, dados estatísticos e pesquisas que indicam uma dura realidade que se alastra no Brasil: a fome. E esse é mais um reflexo de uma pandemia que tem causado impactos devastadores para inúmeras famílias brasileiras. Seja tirando a vida de entes queridos, ampliando o cenário do desemprego ou reduzindo drasticamente a renda familiar, os efeitos dessa crise sanitária não têm dado trégua.

Aliando todo esse potencial destrutivo da pandemia à incapacidade ou desinteresse do Governo Federal em construir ações políticas efetivas para reduzir danos e auxiliar aqueles que mais precisam, o cenário em milhares de lares brasileiros se torna ainda mais grave. Poderíamos estar vivenciando uma realidade muito menos nociva se tivéssemos um plano nacional em favor da vida, da manutenção dos empregos e comprometido com a dignidade humana que todo brasileiro merece!

Um recente estudo produzido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), revelou que mais de 116 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar ou passando fome no Brasil. Esse triste dado representa mais da metade de toda população do país. São pessoas que não se alimentam como deveriam, seja pela quantidade insuficiente, qualidade inadequada ou por realmente não terem nada para comer.

No entanto, mesmo diante dessa infeliz realidade, precisamos seguir acreditando que a força da mobilização coletiva pode promover mudanças de rumo e aliviar situações tão dolorosas. Além da necessidade de reivindicarmos a mudança desse trágico projeto da gestão federal, que tem levado milhares de pessoas à morte ou à miséria, é preciso nos somarmos aos atos de solidariedade que ganham força no Brasil. São coletivos, grupos de amigos, Fundações e pessoas individualmente que têm doado recursos financeiros ou parte do seu tempo diariamente para fazer o bem.

A solidariedade é um ato de amor e um caminho igualmente necessário como as reivindicações no campo político. Será também através dessas ações solidárias que preservaremos vidas, construiremos uma realidade que resgate o mínimo de dignidade de milhões de brasileiros e que levará nosso país para um futuro mais próspero! Por isso, se vocês conhecem alguma mobilização beneficente de sua confiança, seja de grandes instituições ou amigos próximos, colabore! Claro, cada um colaborando dentro de suas condições. A ajuda pode ser através de donativos, recursos financeiros, participação nas atividades ou a partir da simples divulgação das iniciativas solidárias. Esse é um clamor em favor daqueles que mais precisam!

Parece um pouco clichê, mas é um dos clichês mais verdadeiros que existe para seguirmos acreditando na possibilidade de um país mais justo e melhor: nos momentos em que enfrentamos grandes adversidades é que conseguimos perceber o tamanho da nossa força coletiva e da capacidade de realização de ações genuinamente humanas para virar um jogo tão dramático. Não desistir do Brasil e do povo brasileiro é a meta, e a solidariedade é um caminho vital!

Isabela Sousa é líder do Movimento Acredito, Ativista pela redução das desigualdades, Presidente Municipal do Cidadania e Graduanda em Direito.